terça-feira, 27 de abril de 2010

Entretenimento

“Alice no País das Maravilhas”


Maravilhas só se for no país da Alice. O filme não superou as expectativas e nem chegou perto de oferecer tantas maravilhas ao expectador. Uma aventura com toque de comédia e efeitos visuais incríveis soma-se a alguns atores famosos. A obra explora fantasia, imaginação e reúne todas as características que um longa precisa para ser considerado bom. Mas ele não é!

A narrativa é um tanto quanto confusa. Mesmo a magia, os efeitos especiais, a fotografia magnífica e a mente brilhante do diretor Tim Burton não foram suficientes para que os Estúdios Disney elevassem a qualidade do filme.
Johnny Depp, experiente ator, sempre brilhante em sua atuação, deixou a desejar, é visível que o "Chapeleiro Maluco", seu personagem no filme, é feito por ele, pois traços de seus outros personagens (como Willie Wonka, de “A Fantástica Fábrica de Chocolate” ou Jack Sparrow e seus hilários movimentos corporais) são visíveis.

Anne Hathaway, que deixou muitos de boca aberta com sua atuação em “O Casamento de Rachel”, entra muda e sai praticamente calada em “Alice”, sem surpreender como a Rainha Branca. A atriz é jovem e tem potencial. Talvez o roteiro não tenha favorecido sua atuação.

Mia Wasikowska no papel da protagonista Alice não surpreende. Sua atuação é fraca e cansativa, desapontando quem ansiava em ver um espetáculo de atuação da nova Alice que agora está um pouco mais adulta e amadurecida.

Se você é desses que espera que o filme produza uma consciência crítica, reflexão ou alguma mudança no modo de ver uma história que já foi contada outras vezes, não crie tantas expectativas, pois sairá frustrado do cinema, com exceção da atuação de Helena Boham Carter que, sem dúvida, foi digna de indicação ao Oscar, dando vida à Rainha Vermelha. A personagem desperta o amor e o ódio, se colocando como vilã e vítima, e nos questiona quando cita diversas vezes durante o filme "É melhor ser temido do que ser amado!?" (filosofia central de "O Príncipe" de Maquiavel). A frase nos confunde: ela fala em tom de afirmação ou questionamento? E aí vem a reflexão: o que é mais valioso: o amor ou o poder?

A maquiagem peca pelos exageros em praticamente todos os personagens, seja nas profundas olheiras da sonhadora Alice, na palidez da Rainha Branca ou no Chapeleiro, que mais parecia uma "Drag Queen”.

“Alice no País das Maravilhas” mesmo sendo uma historia contada tantas outras vezes tem suas diferenças de tudo que se viu em livros ou desenhos até então. Tim Burton prometeu e cumpriu, contou um conto de fadas e recheou de novidades. O filme se passa em um período da história onde ações da personagem a caracterizam como uma menina a frente de seu tempo, pois ela faz questionamentos sobre as roupas e os padrões de beleza, se mostra rebelde em não querer casar-se com um Lord cheio de frescuras (o que deveria ser sonho de todas as meninas), tem predisposição aos negócios do pai, entre outras ações que a transformam em uma pessoa diferente, tendo ao mesmo tempo um poder de sonhar e de acreditar que aquilo tudo é realidade.

O que mais senti falta da versão antiga foi o coelho repetindo mil vezes que está atrasado. Não se fala em desaniversário. No filme também aparece o termo "Glorian Day" e o enigma não solucionado "Qual é a semelhança entre um corvo e uma escrivaninha?" causou frustração e deixou quem estava no cinema comentando sobre a cena, me fez perder as seguintes e levantar da poltrona com a sensação de frustração.

Enfim, a maior estréia da semana nem é lá essa “coca-cola toda”, se você quer pagar pra ver, assista ao menos a versão 3D. Apesar do ingresso ser caríssimo pode ser que os efeitos sirvam para distrair sua atenção.

Esse texto é uma opinião pessoal da colaboradora Paula Rett.

3 comentários:

Débora Gallazzini disse...

Um tanto quanto contraditório esse texto. Primeiramente diz-se que o filme não é daqueles que trazem alguma mensagem ou motivo de reflexão, depois, que a personagem "Rainha Vermelha" deixa no ar uma questão de valores, referente a relevância do amor e do poder e, enfim, que a "Alice" de Tim burton está a frente de seu tempo e não concorda com muitas das coisas que eram vistas como normais e primordiais da época. A meu ver, Tim Burton trouxe a "trama" para um contexto mais atual e colocou a sua de praxe "super pitada de fantasia"; deixou de lado momentos maçantes da história, pois, venhamos e convenhamos, a versão em desenho animado é demasiadamente detalhista e longa. E pra finalizar, os personagens de Tim Burton não teriam a mínima graça sem o exagero de maquiagem e produção, seria apenas um filmezinho normal o que certamente não condiz com Burton. É isso :D

Paulinha disse...

Filme leve e colorido. É gostoso pra se assistir qd vc quer se desligar um pouco da realidade, é muito legal ver os efeitos, o colorido, a paisagem, (eu vi em 3D, com ctz deve ser bem mais interessante, rs), os personagens exagerados e caricatos.
mas qt a historia, acho q Alice é um personagem criança e ponto. N vi graça na Alice como adulta, na historia da volta dela. Quem foi ao cinema pensando q veria a historia tradicional se decepcionou. eu (e acho q a maioria) prefiro a historia às antigas...
qto a Johnny Depp, ele tem uma personalidade mto marcante. qq personagem dele eu vejo os trejeitos, o modo de andar, aquilo q faz parte do Depp. não apenas nesse filme... ele sempre leva sua personalidade nos personagens, inevitável. Mas ainda assim sou fã dele, acho ele um ótimo ator...
Qt a maquiagem exagerada, como a Dé disse, Tim Burton não seria Tim Burton se não houvesse esse surrealismo todo. eu gosto disso, é legal viajar um pouco e ver coisas q seriam impossíveis, como a própria Alice cita no filme "As 6 coisas impossíveis".
bom, é isso. considero um filme "gostoso de se ver", uma historia leve e bom pra tirar a cabeça do stress do dia-a-dia. nada demais... o q ganha nota 10 são os efeitos, o figurino, a fotografia do filme que, na minha opinião estão impecáveis.

Paulinha disse...

ps: eu acho q o nome do filme deveria ser "Alice DE VOLTA ao País das Maravilhas". rs