A CASA DA MÃE JOANA
Fotos: Paula Rett
Se você precisou sair de dentro de casa para ir a qualquer lugar, seja ao trabalho, a escola, ou até mesmo à padaria, deve ter notado a nova estratégia dos candidatos as eleições 2010(e seus marketeiros) de chamar atenção dos eleitores: Os cartazes, cavaletes e “mini-doors”, quase sobrepostos uns aos outros em avenidas e esquinas por toda cidade.
Há não muito tempo atrás os candidatos colocavam plaquinhas com nome e número nos postes públicos e ainda apareciam no horário eleitoral realizando tais práticas, também pintavam muros por toda a cidade e deixava aquela poluição visual durante muito tempo, mesmo depois de realizada a eleição. Mas essa prática passou a ser irregular desde 1997 quando o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sancionou a lei Federal nº 9.504/97 e pela resolução nº 23.191 que proíbe a propaganda em bens públicos ou de uso que dependa de cessão ou permissão do Poder Público, incluindo a utilização de postes de iluminação, viadutos, passarelas e pontes para a afixação de placas, estandartes, faixas e assemelhados.
No último domingo, o principal jornal da cidade noticiou em matéria especial o abuso e excessos que os candidatos jauenses às eleições de 2010 estão fazendo na cidade; são placas, cavaletes e cartazes por todas as ruas, nos canteiros centrais das principais avenidas, muitas vezes, uns sobre os outros e nas calçadas impedindo a passagem dos pedestres. Estão poluindo o visual da cidade, que já não é o dos mais agradáveis, e nos obrigando a olhar em todas as esquinas um sorriso amarelo e falso acompanhado de números que já se repetem em nossa memória o tempo todo.
Jaú virou de fato, a casa da mãe Joana para candidatos e seus publicitários. E não são apenas os candidatos que trabalham ou residem na cidade que estão agindo como se a cidade inteira fosse o quintal de suas casas, alguns nunca antes se ouviu falar por aqui, ninguém ao menos sabe qual a ligação deles com esta terra e muito menos suas propostas. E aqueles candidatos que não estão realizando tal prática, resta a dúvida se é uma questão ética ou falta de verba. Cabe agora aos eleitores refletirem sobre tal fato. Se antes do pleito os candidatos não estão agindo dentro da lei e ignorando-a na nossa cara, quem dirá depois de eleitos.