segunda-feira, 10 de junho de 2013

Rodeio em Jaú: arena ou churrasco?

Esse é o argumento de quem foi contrário ao projeto que veta os rodeios em Jaú! A maioria dos legisladores votou a favor do projeto de lei que extingue a prática de rodeios em Jaú. A segunda discussão ocorreu na última sessão ordinária da casa legislativa, nesta segunda-feira (10) e teve apenas dois votos contrários ao projeto, Fernando Henrique da Silva (PT) e Ronaldo Formigão (DEM) respectivamente. Agora o projeto deve ser encaminhado ao prefeito Rafael Lunardelli Agostini (PT) para ser sancionado.
 
A surpresa da votação ficou, justamente, por conta dos dois votos contrários. Formigão que havia votado a favor na primeira votação parece ter cedido às pressões externas e voltou atrás. O legislador evitou argumentar durante a fala e exibiu um vídeo retirado do You Tube onde um peão, um criador de bois de rodeio e um veterinário, atestam que os rodeios não produzem sofrimento aos animais. Só faltou a palavra do boi. Fernandão não se pronunciou, apenas defendeu seu voto contrário sem se manifestar ou argumentar.

 
O autor do projeto Charles Sangiorgi Sartori (PMDB) defendeu novamente a causa e leu dois pareceres de especialistas em veterinária e zootecnia, que atestam que o uso de alguns instrumentos do rodeio induz o animal à dor e sofrimento. O vereador também usou de um vídeo produzido pela Associação Protetora dos Animais de Jaú (Apaja). No conteúdo vídeos chocantes com animais sendo maltratados na arena, animais lesionados, cansados, machucados e um cavalo que teve as vísceras expostas graças ao uso do sédem, um instrumento que envolve a virilha do animal.

 
Um pequeno grupo de simpatizantes da causa animal compareceu ao plenário com cartazes e fizeram um protesto silencioso em alusão à tortura dos animais envolvidos nos rodeios. A cada argumento favorável à causa, os integrantes tremulavam as mãos em sinal de aplauso silencioso. Alguns expectadores populares debochavam, tanto dos protestos, quanto das palavras que enfatizavam os votos dos vereadores.  A pergunta repetida silenciosamente por eles era: “Preferem na arena ou no churrasco?”

 
Aliás, essa pergunta foi um dos argumentos de Formigão, obviamente, não neste tom debochado. Antes da votação o democrata mostrou preocupação com a destinação dos animais. “Se proibir esses rodeios no Brasil todo, para onde vão estes animais? Vocês não têm o rodeio, mas vocês permitem que estes animais vão para o matadouro. Ao invés do rodeio, a morte.”

De fonte suja: Sinais de abandono

Hoje o texto promete ser curto. Vamos falar sobre a recém-reformada Praça Siqueira Campos, localizada na frente da Igreja Matriz Nossa Senhora do Patrocínio, no centro de Jaú. Sim, aquela que levou quase dois anos para ser reformada, que gerou o caos no trânsito na área central da cidade e que foi um dos estopins da gestão do ex-prefeito Osvaldo Franceschi Júnior (PV), que não conseguiu nem participar da reinauguração porque a obra foi entregue durante a fatídica corrida eleitoral de 2012.
Duas coisas para tentar sintetizar o problema. A primeira é que além do tempo e dos transtornos para entregar a obra, a reforma na praça (que por sinal ficou muito bonita) custou aproximadamente R$2 milhões. Segundo publicação no site JauNews (01/07/2011), na ocasião o Departamento de Comunicação da Prefeitura informou a imprensa que o custo da obra era de R$ 774.948,99, mas de acordo com apuração do jornalista José Henrique Teixeira os valores chegam a quase R$2 milhões, sendo R$ 975 mil do Ministério do Turismo e uma contrapartida de R$ 1.005.000,00 da própria Prefeitura.
Citei os valores para poder dar fundamento ao meu questionamento. Afinal de contas a praça foi entregue a menos de um ano e já tem os primeiros sinais de abandono. Me lembro nos últimos dias de 2012, quando eu passei pela praça pela primeira vez para checar a obra, logo após o Natal, vi funcionários da Prefeitura mexendo na caixa de eletricidade. Depois deste dia vi por várias vezes nos jornais locais, as reclamações sobre falhas no funcionamento da fonte. Pois bem, parece que aquilo passou a fazer sentido agora.
No final de semana passado eu tive que passar pela praça novamente e me deparei com cena que vocês estão vendo na foto. A fonte com as bombas desligadas e cheia lodo e lixo. Duas coisas estão obvias: uma é fonte está quebrada e a outra é que não há mais limpeza ou um vigia para evitar a degradação do local. Trocando em miúdos o local está abandonado. Quase R$2 milhões investidos, quase dois anos de demora e agora um dos cartões postais de Jaú está assim. É hora de valorizar o dinheiro público, já que foi investido em demasia em uma obra como essa.