segunda-feira, 5 de maio de 2014

Inocentes mortos - Efeito Sheherazade?

Circula pelo facebook, a foto que você pode conferir abaixo. Atribui à jornalista e colega Raquel Sheherazade, assassinatos, linchamentos públicos de pessoas inocentes julgadas e condenadas pela própria população. Além disso, atribui-se esse espírito de ódio das pessoas envolvidas, à polêmica coluna de opinião da jornalista. Na ocasião ela disse que é COMPRRENSÍVEL que as pessoas, cansadas do descaso do governo e da pífia atuação das polícias, busquem fazem justiça com as próprias mãos.
Circulando num labirinto de significados, os adjetivos COMPREENSÍVEL, ACEITÁVEL E LOUVÁVEL são perdidos numa salada de expressões e frases polêmicas e mal compreendidas. Para sanar dúvidas de forma mais assertiva, com o auxílio do dicionário:

Compreensível - adj.m. e adj.f. Que se consegue compreender; passível de compreensão; fácil ou acessível. Que pode ser percebido; inteligível.
Aceitável - adj. Que pode ou deve ser aceito: oferta aceitável.
Louvável - adj. Digno de louvor. Notável.

Longe de querer justificar as palavras ditas por alguém com formação e cacife para “tocar” a bancada de um jornal em rede nacional, devemos refletir os casos sugeridos na figura de forma antropológica e/ou talvez política. Será mesmo que o que ela disse, desencadeou um ciclo de julgamentos dignos da Idade Média, no seio de nossa tão organizada sociedade?

Será que esses atos de “justiça com as próprias mãos” não são fatos corriqueiros que passam desapercebidos por nós todos os dias. O tráfico faz isso com a sociedade, inserindo em silêncio drogas mortais na juventude, subjugando e destruíndo famílias, sonhos e perspectivas. Sim, eles julgam e executam todos os dias, e isso até então reflete na opinião pública como algo “aceitável”, enquanto deveria ser execrável.

Políticas públicas, em especial da Saúde, são o mais recente tribunal caótico da sociedade. Lá um simples diagnóstico, algo corriqueiro, também pode ser tornar uma sentença de morte, em virtude da falta de estrutura e descaso com os pacientes. Assim também é, em longo prazo, com a educação que afasta o jovem de qualquer perspectiva de inserção social e o atira no submundo das drogas e do consumismo.

Matar pessoas inocentes no calor dos fatos é algo hediondo sim, execrável e de forma alguma deveria ser estimulado. Mas infelizmente trata-se muito mais de uma demonstração cristalina da essência do ser humano contemporâneo, que cansado das mazelas sociais, cansado do descaso, não tem forças ou sanidade mental para medir seus atos e acabam nisso. Julgam e punem, como gostariam que a justiça assim o fizesse. Julgamentos rápidos e penas rigorosas, e assim como na justiça, nem sempre tão justas assim.

O que está por trás disso tudo? Que informações e aprendizados nós podemos observar por trás deste comportamento brutal, que representa um pedido indignado e irracional de socorro, à justiça, às autoridades, à dignidade de se viver num país que vive de ilusões e quando encontra a realidade se choca.

quarta-feira, 30 de abril de 2014

Racismo, banana e #somostodosracistas

Agora que essa onda já está passando e todo mundo já voltou ao seu cotidiano, cabe uma pergunta e uma reflexão na sequência. E a banana, resolveu a questão do racismo, converteu algum racista? Não, no máximo movimentou os perfis dos famosos e inclusive o seu quando postou a sua fotinho com a oportuna banana anti-racismo.


Passada coqueluche, vamos aos fatos. Até entendo a vontade de se criar uma campanha para combater o racismo, mas acredito que antes disso é preciso ler e estudar um pouco mais sobre história no país. E ciência também, afinal nós definitivamente não somos macacos, e isso inclui os seres humanos de todas as cores e lugares do mundo. Sem entrar no mérito acadêmico, o homem é no máximo um mutante criado milênios à fio, por suas próprias necessidades fisiológicas, anatômicas, culturais e sociais.

Outra bobagem é essa tal de
#somostodosmacacos. Cara, como assim? Até então se você chamar um negro de macaco você vai preso por racismo, aí você vai lá e em vez de colocar #somostodoshumanos você "sai da sua realidade" e se coloca como macaco? Quer dizer então você acredita que os negros são macacos e você precisa mostrar-se solidário aos "macacos"?

Não você não é macaco, o Neymar não é macaco, Daniel Alves não é macaco, o favelado executado no morro (que não merece hashtag né?) também não, o bailarino do Esquenta não é macaco, os africanos não são macacos, enfim aprenda mais sobre ciência e vai entender que somos todos serem humanos racistas, a mídia é racista, a novela é racista, a religião é racista, a história do Brasil é racista, a escola é racista, a universidade é racista, enfim o Brasil é historicamente colonizado e moldado pelo que há de mais racista no mundo.

Você joga a banana no campo toda vez que olha um negro como um ser inferior a você, toda vez que diz "olha eu não sou racista não, mas...", toda vez que acha legal a empregada da novela que é negra, toda vez que sente dó quando vê uma criança branca na rua abandonada pedindo esmola e pensa que a criança negra fazendo isso é algo aceitável e normal. Então a banana você joga todo dia no seu trabalho, na sua escola, na sua cidade, ainda que em pensamento, ainda que ninguém saiba o que pensa a respeito, a banana continua sendo jogada no campo.

O jogador Daniel Alves com certeza tem mais o que fazer do que ficar pensando nisso, assim deve ser com o Pelé, com o Ministro Joaquim Barboza, assim era com o Mussum, assim deve ser com o Barack Obama, não vou citar ninguém da Bíblia por que negro lá acho difícil encontrar, então o lance não é ficar fazendo campanha para se mostrar engajadinho, mas sim se preocupar se essas pessoas estão tendo os seus direitos garantidos, se elas recebem a mesma educação na escola, se elas são tratadas em igualdade no mercado de trabalho, se na entrevista de emprego você coloca um negro em desvantagem e depois arranja alguma desculpa.
 
 
Essa é a realidade #somostodosracistas, mas é mais bonito tirar foto com uma banana e dizer que é macaco em solidariedade aos "macacos". Mais um absurdo histórico. Lembra muito a história de uma praça aqui em Jaú, onde nos anos 30, os negros andavam só na calçada e os brancos podiam usufruir os demais espaços. Parem com essa bobagem,estudem a cultura brasileira e vão entender o inegável: há muitas diferenças entre todos os humanos, mas isso não nos dá direito de diferenciar-nos pela cor da pele ou origem social.



terça-feira, 29 de abril de 2014

Senac Jaú oferece vagas gratuitas para alunos do ensino médio das escolas estaduais


Estão abertas as inscrições para o curso Técnico em Design de Interiores, oferecido pelo Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec). São 27 vagas gratuitas no Senac Jaú.
 
A programação, com duração de 800 horas, habilita profissionais para atuarem na área de design de interiores, realizando projetos para espaços residenciais e comerciais, e venda especializada de produtos. Além disso, o curso capacita conhecimentos para que esses profissionais possam participar de equipes em lançamentos de empreendimentos imobiliários e gerir negócios com visão sistêmica. As aulas começam no dia 5 de maio, das 8 às 12 horas.

Para participar, o estudante deve estar regularmente matriculado no segundo ou terceiro ano do ensino médio de escolas públicas estaduais. Todos os participantes receberão assistência estudantil, correspondente ao valor de R$ 2,00 (dois reais) para cada hora/aula de estudo.

Mais informações e inscrições devem ser obtidas na Diretoria de Ensino de Jaú, localizada na rua Tenente Lopes, 633 – Centro, ou pelo telefone (14) 3622-6432.  

O Pronatec é um programa de formação profissional coordenado pelo Ministério da Educação (MEC), que tem como um dos principais objetivos ampliar as possibilidades de inserção no mercado de trabalho. Com a iniciativa, o Governo Federal pretende capacitar 1,1 milhão de pessoas até o final de 2014.

Serviço
Inscrições para Cursos Pronatec
Diretoria de Ensino de Ja
Endereço: rua Tenente Lopes, 633 – Centro
Telefone: (14) 3622-6432
Gratuito


Informações
Senac Jaú
Endereço: rua São Sebastião, nº145 – Chácara Braz Miraglia
Telefone: (14) 2104-6400
E-mail: www.sp.senac.br/jau

 

Acompanhe o Senac São Paulo nas redes sociais:
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(texto release de Lettera Assessoria de Imprensa)

sexta-feira, 21 de março de 2014

Isso é muito sério


Várias pessoas me perguntam porque eu não entro para a política. A resposta é simples: eu teria que me filiar à algum partido, mas eu não acredito em nenhum, aliás eu sou totalmente contra o sistema partidário, o sistema eleitoral, as urnas eletrônicas e várias outras práticas atuais. 

Não é nem questão de ideologia, para mim, os partidos são os maiores responsáveis pela corrupção, eles são as mãos que operam os fantoches, que recebem os benefícios da corrupção, que são financiados pelas licitações favorecidas, que fazem o tráfico de influência necessário para se obter vantagens nas manobras políticas em um congresso ou câmara.

Acredito que o cargo público pode ser honroso, mas não enquanto esse modelo partidário permanecer. Nenhum político entra num cargo público e consegue trabalhar na fiscalização do executivo, se o partido tem "rabo preso" com a situação. Resta somente poucos honestos de mãos atadas e uma maioria de oportunistas ganhando altos salários para dizer amém aos partidos e à situação.

Eu não acredito no Poder Legislativo, em nenhuma instância deste país, seja municipal, estadual ou federal. Embora seja a única arma do povo contra os desmandos do governo executivo, eu não creio que nas próximas eleições o povo vá formar uma oposição forte no Congresso e no Senado. Eles não deixam pontas soltas e o conchavo está feito. E teremos mais 4 anos de lama e sujeira inalteradas.

quinta-feira, 20 de março de 2014

Número real, mais alarde - A saga da Dengue

A dengue pode matar!
Hoje consegui ir à Santa Casa de Jaú verificar de perto a quantas anda o atendimento às pessoas que apresentam a sintomática da Dengue. Tanto pela Unimed quanto pelo SUS o panorama é o mesmo, a Dengue parece ser uma doença democrática, não tem escolhido bolso, raça ou religião. Pelo que constatei em conversa com alguns pacientes que estavam na fila de espera. No plantão da Unimed o atendimento total, entre a triagem, a consulta e os exames, está levando entre 2 e 3 horas de espera, o que tem direcionado algumas pessoas à buscar o Hospital da Unimed, em Bauru (as que tem convênio, obviamente).
 
No SUS a situação é ainda mais caótica. Em meio ao entra e saida e viaturas do Resgate e do Samu, que trazem acidentados e pacientes de traumatologia das mais diversas, um aglomerado de pacientes a procura do exame de detecção da Dengue. Hoje descobri duas novas informações de fontes seguras, que por questões óbvias não posso divulgar:
 
1ª Número real: nem 10 mil, nem 975 casos. Profissionais de saúde  trabalham, de forma sigilosa, com com aproximadamente 6 mil exames confirmados. A orientação geral é não alarmar a população, não causar pânico, pois segundo alguns profissionais de saúde "qualquer febre ou mau estar já é encarado como dengue pela população que está assustada", o que contribui para a saturação do atendimento. Vale ressaltar que este número não inclui os exames e pacientes atendidos em clínicas particulares. Mas engloba tanto os casos importados quanto os autoctones.
 
2ª Mensuração: de acordo com alguns pacientes que foram atendidos recentemente, a estratégia parece ter se expandido do parcelamento da divulgação nos números reais. Além disso, em vários casos selecionados aleatóriamente, os pacientes realizam o primeiro exame, mas os médicos não estaria confirmando e posteriormente pedem para que o paciente fique de repouso por pelo menos 6 dias. Após uma semana o mesmo paciente retorna para fazer novo exame e se o exame consta a normalidade na porcentagem de glóbulos brancos e vermelhos no sangue, o paciente é liberado e não irá constar nos números oficiais.
 
Peço como um cidadão, que o MP ou qualquer órgão sério investigue isso, pois uma coisa é gerir uma crise de imagem a outra é brincar com a saúde da população. Esse caso está sendo tratado de forma política no momento errado. A dengue mata.

Rodovia da morte? Será mesmo?

Até o momento são 5 mortes em 3 dias, um saldo um tanto quanto triste nas rodovias da região. Não há dor pior do que a de ver alguém que estava entre os seus ainda pouco nos deixar por conta de uma falha, uma imprudência ou uma desatenção. É assim em qualquer rodovia do Brasil, seja duplicada ou pista simples, seja com caminhões ou motocicletas, a dor é sempre inaceitável, intangível e inexplicável.
Foto: Aline Furlanetto/ Comércio do Jahu
E ela se prolonga e se intensifica a medida em que entendemos que acidentes não são meros acasos, são resultados de uma falha. Depois a dor parece entorpecer à medida em que procuramos alguém para culpar. Foi o motorista? O freio falhou? Ele não deveria ter ultrapassado ali? O governo demorou para duplicar? A resposta sim é perfeitamente aceitável em todas estas opções. Não estou eximindo a culpa das autoridades que recebem altos impostos para manter as rodovias em perfeitas condições de suportar o tráfego. Mas será que é só isso? Será que se duplicarmos, os problemas estão todos resolvidos, ou daqui há algum tempo teremos que pedir a triplicação?

Quando se compra o veículo, se tem a falsa impressão de que devemos apenas pagar por ele e mantê-lo funcionando com gasolina e óleo, e de vez em quando dar um calibrada nos pneus. Não se tem a plena consciência de que dentro destas caixas metálicas com rodas há vidas, há histórias, há sonhos e objetivos. Carro/moto não são apenas um carnê que sai da gaveta todo começo de mês (na maioria dos casos). O trânsito se torna cada vez mais um exterminador de seres humanos a medida em que carros deixam de ser uma opção e passam a ser uma necessidade. Será que carro é uma necessidade mesmo?


Uma reflexão que faço sempre é, as rodovias sempre estiveram aí, sempre foram estas. Não é a rodovia que é da morte, são os motoristas que são humanos e, portanto, falhos. Ainda enquanto nós tiramos a própria vida, despedaçamos somente o coração de nossos familiares e amigos. O pior é quando tiramos outras vidas e multiplicamos o número de corações despedaçados. Vidas perdidas porque ir de carro é mais rápido, mais prático, porque carro/moto é uma necessidade. Será que em todos os casos é mesmo uma necessidade? As estradas são as mesmas, a medida em que as garagens, ruas e rodovias tem cada vez mais carros, mais armas carregadas e prontas para tirar a vida de alguém.


Uma dica fica, se você vai precisar usar a SP-255 nos próximos dias:


Salve a sua e outras vidas...

quarta-feira, 19 de março de 2014

Coletiva de Imprensa do Prefeito - A Saga da Dengue

Ontem o prefeito de Jaú concedeu uma entrevista coletiva para falar sobre a epidemia de Dengue no município. Dentre outras pontuações ele destacou as ações que ele deu início na última semana quando haviamos ultrapassado números oficiais de aproximadamente 600 casos confirmados. Falou sobre a nebulização que está sendo realizada nos bairros, falou dos dados estaduais, e mais uma vez fez o que tem feito desde o início do governo: transferiu a responsabilidade por algo negativo à terceiros e atribuiu aspectos positivos da situação, ao seu governo.
 
Edição de hoje do Comércio.
O tipo de entrevista coletiva feita para tentar apagar um incêncio. Mas como apagar um incêndio destas proporções com palavras e números? Há BOATOS, inclusive de médicos e entidades diretamente relacionadas, de que o número de doentes está entre 10 e 15 mil. O que embora sejam apenas boatos, não se pode dizer que é um exagero, porque não há um controle efetivo e nem uma preocupação em documentar a epidemia. Outras correntes dizem que o número de infectados corresponde a pelo menos 5% da população jauense, mas são boatos também. E por falar em incêndio, se a velha máxima vale neste momento: onde há fogo há fumaça, ou vice e versa. O fato é que as contas não batem e fica realmente muito dificil de acreditar que há apenas 975 casos, como foi divulgado pelo governo ontem. E isso já está ficando ridículo para o próprio governo municipal.
 
Parece que a ineficácia do governo não diz respeito somente à morosidade de como o assunto foi tratado, mas também a estratégia publicitária com que os números vêm sendo divulgados. O que parece cada vez mais claro e real, é que aos poucos (semana a semana) o governo sobe o número significativamente para chegar ao número real de forma "parcelada". A cada nova atualização um novo discurso traz o ar de que a situação não é tão preocupante como parece, um ar zen de que está tudo sob controle, enquanto sabemos das reuniões noturnas e aos fins de semana no terceiro andar do edifício Terra Roxa, onde reina a preocupação e o brainstorm para decidir quais serão as próximas desculpas e justificativas, e para quem a responsabilidade será atribuída.
 
Duas coisas me incomodam desde o início da epidemia, a postura do prefeito se mantem firme e forte como o homem inocente, vítima das circunstâncias, mas que está fazendo um esforço hercúleo para sanar a questão e sair como um herói. Sem falar da mobilização dos seus secretários que apenas endossam o discurso do alcaide. E nós a cada dia descobrimos mais amigos, parentes, vizinhos, colegas de trabalho, infectados por uma doença que denúncia muitas coisas. Mas principalmente o desleixo de um governo sem postura, sugere uma atuação mimada, do tipo que dá murro na mesa e quer ganhar a razão na base do grito.

Ainda sobre o ecoponto:

 
Imprensa
 
Outra coisa que vale salientar é a postura da imprensa, e quando digo imprensa excluo os veículos que dão Ctrl +C e Ctrl+V e divulgam releases na íntegra. Estou falando dos veículos formadores de opinião, como os três jornais, as rádios e a TV. Na página 3 de hoje do Comércio do Jahu, o box "O que pensa o comércio", sintetiza essa morosidade da prefeitura em assumir o controle da situação, em bater no peito e dizer que vai por a casa em ordem custe o que custar.
 
O diário enfatiza a importância de alarmar a população justamente para que haja mais esforços por parte dos cidadãos. A nota grave foi quando o veículo menciona que é inconcebível e criminosa a hipótese de que os órgãos públicos estariam manipulando os dados. Pois bem, eis o papel da imprensa, ver crime onde aparentemente não há, investigar, criar um cenário investigativo e descartar as hipóteses, pois governo nenhum está à margem das desconfianças. Mesmo que os números estejam ao seu favor o dia-a-dia inloco do jornalista se faz necessário. Sugiro uma semana da coluna SOS Bairros só com criadouros ou situações de proliferação dos mosquitos.

quinta-feira, 13 de março de 2014

O que houve com o ecoponto? - A saga da dengue

Depois de insistir incansávelmente no assunto, de ser chamado de irresponsável pelo prefeito, de assistir amigos, parentes e colegas de trabalho sofrendo com a doença, algumas coisas aconteceram na cidade. Uma delas foi a nebulização do meu bairro (Jardim América) já na segunda-feira. Além disso, houve uma movimentação da prefeitura para mobilizar o Tiro de Guerra (aquele que quase acabou) para fazer um mutirão. A coisa está rolando e não tenho nada a fazer a não ser esperar para ver os resultados deste empenho.
 
Sobre o "Ecoponto" do ceprom, na edição de hoje do Jornal Comércio do Jahu, vimos a verdade vir à tona como um corpo podre boiando no rio. Os pneus estão sendo retirados do ceprom e irão para um galpão ( + aluguel??). Ótimo!!!! Muito bom, era o que nós queriamos, correto? Agora e o discurso de que quem divulgou o amontoado de ninhos da dengue, era irresponsável? Se aquela informação foi divulgada de forma irresponsável, por que é que estão retirando os pneus de lá?

"Tratar aquilo como algo normal, foi subestimar a inteligência das pessoas."
 
Muitas interrogações para um só texto, e o episódio do "Ecoponto" me fez refletir e começar a trazer aqui fotos e vídeos de locais que deveriam ser fiscalizados (severamente multados). Então eu te convido, meu caro leitor, caso você tenha uma foto (não vale ser cena montada tem que ser um flagrante) de algum jauense porco colocando um local em situação de risco, nos envie pela nossa página do Facebook. Já adianto que sou vou publicar as fotos de quem se identificar, não vou ficar brincando de oposição. Meu papel aqui é outro!

Vamos denunciar?

Para encerrar o post. Olha outro site "irresponsável" falando a respeito:



terça-feira, 11 de março de 2014

Alarmismo, óbito e desinformações - Jaú Dengosa

 
 
Eu sei que esse assunto já está sendo discutido há dias e soa cansativo, mas há novas informações para compor esse cenário. O prefeito está ameaçando se mover para fazer um mutirão junto ao Tiro de Guerra (como foi sugerido aqui e na nossa página no facebook), e é isso que eu como cidadão desejo. Quando foi para criticar eu vim aqui e rasguei o verbo e se ele nos ouviu e deixou de ser teimoso (pelo menos nisso), acho isso um bom sinal, embora muito tardio. Já temos um óbito e aproximadamente 600 casos confirmados (números questionáveis) e muitas informações desencontradas.

Comentário do Prefeito no meu facebook.
O Prefeito esteve comentando o meu post a respeito dos pneus no Ceprom. Disse que eu precisava ter mais responsabilidade, e que o local é um Ecoponto de coleta das borracharias da cidade e que estes materias eram tirados semanalmente. Acredito que isso seja normal, que prefeito iria ficar feliz em ver um cidadão (eleitor dele, diga-se de passagem)postando suas preocupações e questionamentos contra o seu governo? Bom, vou colar aqui o que ele escreveu em minha página e vocês tirem suas próprias conclusões.
 
Antes de mais nada eu estou levantando dados sobre o contrato com essa empresa, para saber quais são as obrigações de cada um e o que foi, de fato, acordado e se isso está sendo cumprido e documentado pela prefeitura. Em breve, independente do resultado deste levantamento, teremos pelo menos isso muito bem claro. Mas isso não é o foco de minhas postagens no momento. Ainda temos uma epidemia e hospitais lotados de gente passando mal.

Quem é o responsável? Quem é o omisso? Quem é o culpado? Eu detesto o termo "culpa", acho que todos tem parte nisto, mas os impostos pagos pelo povo e o seus salários acima da média, colocam um peso redobrado sobre as costas do governo. E quando eu digo governo, isso engloba também os vereadores desta cidade, que atuam mais como porta-voz do prefeito do que como legisladores.
 
Hoje surgiu uma nova informação, e reitero que não sou a fonte (por isso compartilhei), é bom frizar também que não concordo em omitir as informações que estão desfocadas na imagem. Acho que se fosse eu o remetente deste e-mail, teria mostrado o meu nome. Mas isso é secundário perto da resposta do homem identificado como Mario Ernesto, da empresa responsável pela retirada destes pneus do Ceprom. Não vou comentá-la, não sei se é real, mas isso abre um precedente para toda a história que temos contado aqui.

E-mail que circula no facebook; quem enviou deveria ter se identificado para ter mais credibilidade
E aí. É verdadeiro? Os autores do e-mail poderiam se manifestar e dar a cara a tapa, já que querem elucidar a verdade. Peço o mesmo do Prefeito, isso é verdade? Se for verdade prefeito, eu não sou tão irresponsável assim, como o senhor disse né? Não que o que o senhor pensa de mim tenha grande relevância. Mesmo assim eu ainda acredito que o senhor pode mudar essa história. Não confunda crítica com oposição. Não seja mediocre como o seu antecessor.

Se estão se movendo para solucionar eu já passo a  ficar mais aliviado. O prefeito precisa ouvir as pessoas certas, é dificl discernir se ele está muito mal assessorado ou se falta um pouco mais de ênfase neste assunto. Qualquer crítica ele se defende atacando, como um verdadeiro culpado e isso é desnecessário, pois sabemos das dificuldades e dos desafios de ser prefeito. Sabemos o que está sendo feito, mas não podemos ficar inertes e deixar de cobrar ações mais firmes e rigorosas em situações em que a saúde das pessoas está em jogo. Eu vou bater nessa tecla até o fim. Seja firme e tire a palavra "culpa" da cabeça, troque por trabalho, por proatividade, por eficiência!

Livro x Tela - Obviedades

            Acho um saco essas comparações de quem leu o livro e depois assiste um filme ou seriado. Soa até como arrogante pedir para alguém não assistir ao filme sem ler o livro. Eu particularmente segui um destes conselhos e achei totalmente desnecessário. Me lembro quando a febre Dan Brown se instalou nas prateleiras das livrarias e depois de algum tempo foi para as telonas com o Código DaVinci. Eu, atrasado como sempre, não havia lido o livro e o filme estreou nos cinemas. Naquela época as pessoas diziam "não assista é uma m....", "leia o livro você vai gostar mais, o filme não mostra nem 50% do que  acontece no livro". Eu o fiz.
 
            Li o livro de cabo a rabo, criei as imagens, as cenas, o enredo e os personagens na minha mente (diga-se de passagem o Robert Lagndon não era nem um pouco parecido com o Tom Hanks). criei os meus questionamentos e adorei a estrutura e a forma como o autor organizava as ideias. Algum tempo depois, aluguei o DVD (ainda era lançamento) e assisti. Ao contrário do que eu esperava, era preciso olhar o filme de forma diferente. Criticar e comparar a obra literária com a obra cinematografica me parecia um erro infantil.

           Afinal de contas, são meios diferentes, linguagens diferentes, a forma como você processa as informações é diferente. A análise deveria ser diferente também, simplesmente por que ao ler o seu cérebro cria as cenas de acordo com o seu repertório e com as informações do livros (que obviamente cabe muito mais detalhes). Já no filme/série existe um orçamento, um tempo para cada episódio, uma cronologia a ser obedecida, o diretor e o roteirista dão as coordenadas quanto à linguagem quanto. A direção estética é toda criada por uma cabeça o que não nos permite nada além de ficar fascinado com a tecnologia e com os cenários, cenas e contextos muito bem elaborado por alguém.

            A decepção é compreensível, mas quem gosta de cinema e tv, deve saber saborear os mesmas histórias servidas em pratos diferentes, doses diferentes e que nem por isso, são ruins. Pois se a história e o autor são bons de verdade, não há decepção pois nos familiarizamos rapidamente com a obra.

sexta-feira, 7 de março de 2014

Eis o teu quintal - Saga da dengue




"Não há ensino que se compare ao exemplo." (Baden Powell)

O prefeito de Jaú vive dizendo nas redes sociais que é "o fim do mundo ter que entrar no quintal das casas dos outros", que é dever do cidadão cuidar do seu espaço e garantir que não haja focos do mosquito da dengue.

Confirmados temos cerca de 600 casos, pois estão dando um jeito de fracionar a divulgação para não gerar publicidade negativa. Extra-oficialmente já passamos dos 6 mil casos de dengue no munícipio. O prefeito não declara estado de emergência para receber verbas federais e estaduais e intensificar o combate. E não o faz por orgulho, porque é muito feio para um prefeito com 60% dos votos, dar de ombros para uma EPIDEMIA de dengue.

Pois bem, se cada um tem que cuidar do seu quintal. Olhem só (no vídeo) o quintal do prefeito. Este vídeo foi publicado por João Pedro Mott que sobrevoou com um drone e uma câmera o pátio da Secretaria de Serviços Municipais.

Postura duvidosa

Depois de um longo tempo sem passar por este blog, eu resolvi voltar e registrar aqui um pouco do que acontece em minha querida cidade. Se você examinar o histórico vai ver que esse espaço se trata de um registro histórico de fatos, posturas e notícias que aconteceram em mais de 4 anos. 

Desde o início do governo passado eu tenho, com ajuda de outros colegas, postado informações de interesse público, algumas vezes textos com a minha opinião, narrações em primeira pessoa. Foi aqui que comecei a fazer jornalismo e de onde consegui trabalho e credibilidade em 2 jornais, 2 revistas e um departamento de comunicação.

Tenho refletido bastante sobre os problemas de Jaú, em particular um problema que bate à minha porta todos os dias e merece a minha integral atenção para que minha família não adoeça. Obviamente estou falando da Dengue. E quando falo deste problema, acredito que conclamo a responsabilidade de todos os cidadãos, inclusive a sua, caro leitor. Temos visto uma total inércia e falta de vontade política de promover uma guerra contra a doença que se alastra assustadoramente na cidade.

Muito se fala que o prefeito Rafael Lunardelli Agostini (PT) não se move à respeito, e concordo, mas já faz algum tempo deixei de acreditar nele como líder e protagonista de uma mudança de mentalidade política e passei a enxergá-lo como mais um coadjuvante. A minha bronca não é nem mais com a falta de nebulização nos bairros, com a falta de abertura de postos de saúde à noite e aos finais de semana, contra a falta de uma ação rigorosa de punição aos donos de terrenos sujos, a quem não deixa os agentes visitarem suas casas. A minha bronca está relacionada a esta postura passiva frente a maior epidemia da história desta cidade.




Sim, prefeito. Também somos responsáveis pelo combate à dengue, mas entendo que o senhor como o líder político escolhido com mais de 60% dos votos deveria adotar a postura de um líder. De repente mobilizar os segmentos da cidade como as Associações de Bairros, as entidades que desempenham trabalhos comunitários e as ONG's que tanto pedem verbas em seu gabinete. 

É hora de mobilizar essas pessoas, as igrejas, que aliás não pagam impostos e deveriam fazer mais pela cidade onde estão instaladas. Mobilizar as associações comerciais, industriais, contratar agentes de zoonozes em caráter emergencial, nebulizar a cidade, promover um mutirão de saúde para atender os casos suspeitos, identificar os casos confirmados com mais destreza. Falta firmeza de sua parte, a maior necessidade de Jaú neste momento é a redução destes números, é a redução de casos de dengue superlotando o PS da Santa Casa. O Senhor deveria estar com esse pensamento, pois está interferindo diretamente na saúde, no trabalho e na vida de 134 mil pessoas.

Enquanto o seu discreto governo passa, você perde mais uma boa oportunidade de ser firme, como seus eleitores pensavam que seria.