Parei para refletir sobre a questão da saúde em Jaú, que é
retrato de todo o resto do Brasil, e também está complicada. Cheguei à
conclusão de que assim como a educação, o assunto se tornou um verdadeiro jogo
de empurra. Ok, vamos por partes! A Prefeitura repassa cerca de R$640 mil por
mês para a Santa Casa de Jaú para os atendimentos de urgência e emergência do
Pronto Socorro. Ouvi o vereador José Aparecido Segura Ruiz (PTB), que em
entrevista à Rádio Jauense, hoje, comemorou um aumento no repasse que a partir
de 01/06 para R$700 mil. Cerca de R$500 mil anuais a mais para o hospital. Ainda
segundo o vereador o montante considerado ideal para manutenção das contas do
P.S. seria de aproximadamente R$840 mil por mês. É grana demais!
Contudo, o grande problema que pude checar pessoalmente,
está no volume de pacientes aguardando atendimento. Isso porquê os Postos de
Saúde do município não estão atendendo à todo vapor. Outra coisa que percebi é
o grande fluxo de viaturas do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu),
adentrando a todo instante o hospital e retardando o atendimento de quem está
na espera. Ouvi relatos de pessoas que preferem chamar o Samu em suas
residências, pois quase sempre o atendimento é prioritário. Também ví muita
gente de cidades da região, vária viaturas chegando a todo instante. E muita
gente procurando o Pronto Socorro, sem a real necessidade (polêmico hein).
Um homem reclamou em voz alta e uma funcionária retrucou com
razão “atender gente não é que nem fabricar sapato, não é uma esteira que a
gente conserta as pessoas e mandamos embora. Os médicos lidam sob pressão com
casos diferentes, eles não tem culpa e isso está fazendo com que outros médicos
desistam de trabalhar aqui”, disse a funcionária, que obviamente não vou
identificar. De fato, se fizermos esta comparação à demanda é maior que a
capacidade de atendimento. Mas o que pode ser feito? Como minha função aqui não
é só criticar, eu quero palpitar em alguns aspectos:
É fato, Jaú precisa de mais um hospital com capacidade
similar ao da Santa Casa.
Segundo: quem criou o SAMU deveria ter criado uma espécie de
Pronto Socorro exclusivo para este serviço.
Porque não há pressão para que as cidades da região, com
maior demanda por saúde, modernizem seus hospitais e ofereçam atendimento em
suas próprias cidades? Como diria o capitão Rocha, do filme Tropa de Elite 2 “cada
cachorro que lamba sua caceta.”
Outra coisa. Por pior que a última gestão da cidade tenha
sido horrenda, os postos abertos até às 22h desafogavam e muito o P.S. da Santa
Casa. Temos a Policlínica, o P.A.S. do Itamaraty e do Jorge Atalla, equipados
para atendimento de urgência. Eu mesmo fui na inauguração de ambos e vi os
desfibriladores e equipamentos caríssimos.
Agora é rezar para a solução vir de Cuba. Eu espero que
minha mãe aguente até lá...
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