terça-feira, 28 de maio de 2013

Sobre a Saúde em Jaú

 Na semana passada, infelizmente, tive que utilizar o serviço público de saúde, oferecido pelo Pronto Socorro da Santa Casa de Jaú. Minha mãe, que é hipertensa, apresentava dores agudas no peito e achei prudente recorrer ao hospital. Trocando em miúdos e para não me alongar sobre isso, o tempo total em que ficamos esperando para o atendimento foi de 04h15min. Se fosse algo grave ela teria infartado na fila de espera, desta vez não era (graças a Deus). Mas longe daqui eu criticar o atendimento em sí. Muito pelo contrário, a triagem era ágil, os três médicos estavam atendendo normalmente.
 
Parei para refletir sobre a questão da saúde em Jaú, que é retrato de todo o resto do Brasil, e também está complicada. Cheguei à conclusão de que assim como a educação, o assunto se tornou um verdadeiro jogo de empurra. Ok, vamos por partes! A Prefeitura repassa cerca de R$640 mil por mês para a Santa Casa de Jaú para os atendimentos de urgência e emergência do Pronto Socorro. Ouvi o vereador José Aparecido Segura Ruiz (PTB), que em entrevista à Rádio Jauense, hoje,  comemorou um aumento no repasse que a partir de 01/06 para R$700 mil. Cerca de R$500 mil anuais a mais para o hospital. Ainda segundo o vereador o montante considerado ideal para manutenção das contas do P.S. seria de aproximadamente R$840 mil por mês. É grana demais!
 
Contudo, o grande problema que pude checar pessoalmente, está no volume de pacientes aguardando atendimento. Isso porquê os Postos de Saúde do município não estão atendendo à todo vapor. Outra coisa que percebi é o grande fluxo de viaturas do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), adentrando a todo instante o hospital e retardando o atendimento de quem está na espera. Ouvi relatos de pessoas que preferem chamar o Samu em suas residências, pois quase sempre o atendimento é prioritário. Também ví muita gente de cidades da região, vária viaturas chegando a todo instante. E muita gente procurando o Pronto Socorro, sem a real necessidade (polêmico hein).
 
Vídeo do saguão de espera:
 
 
Um homem reclamou em voz alta e uma funcionária retrucou com razão “atender gente não é que nem fabricar sapato, não é uma esteira que a gente conserta as pessoas e mandamos embora. Os médicos lidam sob pressão com casos diferentes, eles não tem culpa e isso está fazendo com que outros médicos desistam de trabalhar aqui”, disse a funcionária, que obviamente não vou identificar. De fato, se fizermos esta comparação à demanda é maior que a capacidade de atendimento. Mas o que pode ser feito? Como minha função aqui não é só criticar, eu quero palpitar em alguns aspectos:
É fato, Jaú precisa de mais um hospital com capacidade similar ao da Santa Casa.
Segundo: quem criou o SAMU deveria ter criado uma espécie de Pronto Socorro exclusivo para este serviço.
Porque não há pressão para que as cidades da região, com maior demanda por saúde, modernizem seus hospitais e ofereçam atendimento em suas próprias cidades? Como diria o capitão Rocha, do filme Tropa de Elite 2 “cada cachorro que lamba sua caceta.”
Outra coisa. Por pior que a última gestão da cidade tenha sido horrenda, os postos abertos até às 22h desafogavam e muito o P.S. da Santa Casa. Temos a Policlínica, o P.A.S. do Itamaraty e do Jorge Atalla, equipados para atendimento de urgência. Eu mesmo fui na inauguração de ambos e vi os desfibriladores e equipamentos caríssimos.
Agora é rezar para a solução vir de Cuba. Eu espero que minha mãe aguente até lá...

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