terça-feira, 11 de março de 2014

Livro x Tela - Obviedades

            Acho um saco essas comparações de quem leu o livro e depois assiste um filme ou seriado. Soa até como arrogante pedir para alguém não assistir ao filme sem ler o livro. Eu particularmente segui um destes conselhos e achei totalmente desnecessário. Me lembro quando a febre Dan Brown se instalou nas prateleiras das livrarias e depois de algum tempo foi para as telonas com o Código DaVinci. Eu, atrasado como sempre, não havia lido o livro e o filme estreou nos cinemas. Naquela época as pessoas diziam "não assista é uma m....", "leia o livro você vai gostar mais, o filme não mostra nem 50% do que  acontece no livro". Eu o fiz.
 
            Li o livro de cabo a rabo, criei as imagens, as cenas, o enredo e os personagens na minha mente (diga-se de passagem o Robert Lagndon não era nem um pouco parecido com o Tom Hanks). criei os meus questionamentos e adorei a estrutura e a forma como o autor organizava as ideias. Algum tempo depois, aluguei o DVD (ainda era lançamento) e assisti. Ao contrário do que eu esperava, era preciso olhar o filme de forma diferente. Criticar e comparar a obra literária com a obra cinematografica me parecia um erro infantil.

           Afinal de contas, são meios diferentes, linguagens diferentes, a forma como você processa as informações é diferente. A análise deveria ser diferente também, simplesmente por que ao ler o seu cérebro cria as cenas de acordo com o seu repertório e com as informações do livros (que obviamente cabe muito mais detalhes). Já no filme/série existe um orçamento, um tempo para cada episódio, uma cronologia a ser obedecida, o diretor e o roteirista dão as coordenadas quanto à linguagem quanto. A direção estética é toda criada por uma cabeça o que não nos permite nada além de ficar fascinado com a tecnologia e com os cenários, cenas e contextos muito bem elaborado por alguém.

            A decepção é compreensível, mas quem gosta de cinema e tv, deve saber saborear os mesmas histórias servidas em pratos diferentes, doses diferentes e que nem por isso, são ruins. Pois se a história e o autor são bons de verdade, não há decepção pois nos familiarizamos rapidamente com a obra.

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